· “Minha Cidade”
“Eu sou a dureza desses morros,
revestidos,
enflorados,
lascados a machado,
lanhados, lacerados.
Queimados pelo fogo.
Pastados
Calcinados
e renascidos.
Minha vida,
meus sentidos,
minha estética
todas as vibrações
de minha sensibilidade de mulher,
têm, aqui, suas raízes.
Eu sou a menina feia
da ponte da Lapa.
Eu sou Aninha”
· “Antiguidades”
“ Criança, no meu tempo de criança,
não valia mesmo nada.
A gente grande de casa
usava e abusava
de pretensos direitos
de educação”.
· “Vitém de Cobre”
Minha bisavó, meu avô, minha mãe, minhas irmãs.
A velha casa.
Os velhos preconceitos
De cor, de classe, de família.
O tempo, velho tempo que passou,
Nivelou muros e monturos.
Remarcou dentro de mim
A menina magricela, amarela
Do tempo do cinquinho”.
· “Minha Infância”
“Sem carinho de Mãe.
Sem proteção de Pai...
- melhor fora não ter nascido.
E nunca realizei nada na vida.
Sempre a inferioridade me tolheu.
E foi assim, sem luta, que me acomodei
Na mediocridade de meu destino”.
3 comentários:
tentarei não me acomodar na mediocridade do meu destino
Essa moça era realemtne espetacular.
O blog fiko muito bom...
Parabéns.
Belissíma homenagem a esta ilustre mulher,sensível, forte, frágil, iluminada e talentosa!
Parabéns para nós, o blog é maravilhoso.
Denise Leite
Vitória/ES.
Postar um comentário