No dia 20 de agosto de 1889 nasceu Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, na antiga Villa Boa de Goiáz. Filha de Jacinta Luíza do Couto Brandão Peixoto e do desembargador Francisco de Paula Lins dos Guimarães Peixoto. Casou-se com Cantídio Tolentino de Figueiredo Bretas. Teve quatro filhos: Paraguassu, Cantídio Filho, Jacinta e Vicência, 15 netos e 29 bisnestos.
Sua carreira literária teve inicio aos 14 anos, “tragédia na roça” foi seu primeiro conto, publicado em 1910 no Anuário Histórico, Geográfico e Descritivo do estado de Goiás, do prof. Francisco Ferreira dos Santos Azevedo. Em 1903 já escrevia poemas sobre o seu cotidiano, tendo criado em 1908 com duas amigas o jornal de poemas feminino A Rosa. Saiu de Goiás para morar no interior de São Paulo em 25 de novembro de 1911, morando em Jabuticabal, Andradina e depois na capital paulista. Na década de 30 fez colaborações para o jornal O Estado de São Paulo, foi vendendora da Livraria José Olympio na grande capital e proprietária do estabelecimento Casa dos Retalhos em Penápolis interior de São Paulo. Viveu por durante 45 anos fora de Goiás. Voltou em 1956, indo morar na Casa Velha da Ponte. Foi quando iniciou a atividade que desenvolvera por mais de vinte anos, a profissão de doceira. O seu reencontro com a cidade e as histórias de sua formação aprimorou o seu espírito criativo onde ficou conhecida também como Aninha da Ponte da Lapa.
Aos 50 anos foi quando decidiu não ser mais Ana: "Em Goiás existiam muitas Anas por causa da padroeira da cidade". "E eu não queria ser xará. Cora vem de coração, e coralina é a cor vermelha", esta é a sua explicação para a escolha de seu pseudônimo. Cora Coralina faleceu em Goiânia a 10 de abril de 1985 e seu corpo foi levado para a cidade de Goiás, onde jaz no cemitério São Miguel. Logo após sua morte, seus amigos e parentes uniram-se para criar a Casa de Coralina, que mantém um museu com objetos da escritora.
Cora teve uma carreira literária não muito comum tendo seu primeiro livro editado somente em 1965, já com 75 anos de idade: Estórias dos Becos de Goiás e Estórias Mais, pela Editora José Olímpio – São Paulo. Ficou conhecida nacionalmente quase aos 90 anos, quando suas obras chegaram até as mãos de Carlos Drummond de Andrade. Drummond a definiu na época como “a pessoa mais importante de Goiás”. A espontaneidade, o cotidiano e as imagens que retrata do povo de seu estado são traços marcantes em sua escrita. Cora Coralina costumava se considerar uma “mulher atual inserida no seu tempo”. Sua obra possui profundidade e uma beleza singular, sendo considerada por vários autores um registro histórico-social do século XX.
Obras de Cora Coralina
- Poemas dos Becos de Goiás e Estórias Mais
- Meninos Verdes (infantil)
- Meu livro de cordel
- O Tesouro da Casa Velha
- Vintém de Cobre
- A Moeda de Ouro que o Pato Engoliu (Infantil)
- Cora Coragem Cora Poesia (biografia escrita por sua filha Vicência Bretas Than)
Aos 70 anos, decidiu aprender datilografia para preparar suas poesias e enviá-las aos editores.
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